Há 25 anos, era assassinado o Juiz italiano que inspirou Sergio Moro. Veja fotos
O juiz foi um dos grandes responsáveis da “Maxi
Processo”, operação que teve seu auge na segunda metade da década de 1980
ao O sucesso das investigações se deu principalmente pela (1928-2000),
mafioso italiano que foi extraditado pelo Brasil em 1984. Também conhecido como “Don Masino”, Buscetta,
ex-integrante da Cosa Nostra, foi o primeiro a quebrar a omertá –o código de
silêncio dos criminosos italianos– ao entregar rivais, antigos parceiros e
políticos a Falcone. A morte do juiz se deu em um momento de grande
crise política na Itália. Considerada uma das maiores operações anticorrupção
já realizadas na Europa, a investigação levou ao menos 3.000 pessoas à cadeia e
investigou empresários, seis ministros e cerca de 500 parlamentares.Deflagrada
em fevereiro de 1992, a Operação Mãos Limpas revelou um esquema de corrupção
envolvendo partidos e empresas, que culminou no fim do sistema partidário
existente até então naquele país. Outra vertente das investigações apontou ligações
de políticos com a máfia, como no caso do então primeiro-ministro Giulio
Andreotti (1919-2013), líder do partido Democrata-Cristão (PDC), relacionado
diversas vezes à Cosa Nostra –ele foi absolvido de todas as acusações.
Falcone foi morto aos 53 anos, em 23 de maio de
1992, na explosão de uma bomba colocada em uma estrada nas proximidades de
Palermo (Itália). Sua mulher, Francesca Morvillo, e três seguranças também
morreram no atentado. Cerca de dois meses depois, o também juiz
Paolo Borsellino, seu colega de “Maxi Processo”, foi morto em outro ataque com
explosivos.
Os assassinatos fizeram com que o cerco contra a
máfia italiana se intensificasse. Para chegar aos criminosos, a Justiça da
Itália contou com a colaboração de mafiosos “arrependidos”, assim como no caso
de Buscetta, em 1984.Com as delações, prenderam em janeiro de 1993
Salvatore “Totò” Riina, o “chefe dos chefes” da Cosa Nostra, foragido havia 23
anos, acusado de ter ordenado o atentado contra Falcone. Com o mandante preso, faltava ir atrás do executor.
Em maio de 1996, a polícia prendeu na Sicília Giovanni Brusca, outro alto chefe
da máfia. O mafioso confessou ter apertado o botão do dispositivo que explodiu
os mais de 400 quilos de TNT escondidos sob a estrada. No dia 26 de setembro de 1997, a Justiça italiana condenou 30 criminosos pelo
assassinato de Falcone. Dos sentenciados, 24 receberam prisão perpétua –entre
eles Riina, o chefão. Os outros seis receberam penas de 15 a 26 anos. Brusca, que detonou a bomba contra Falcone e havia
sido delatado por um dos “arrependidos” por ter estrangulado um garoto de 11
anos e dissolvido seu corpo em uma banheira com ácido, colaborou com as
investigações e foi um dos condenados a 26 anos.
Fonte: a folha de sp.