Conheça o Juiz de Direito que precisou morar em escola para não perder aulas
É de um
gabinete no Tribunal do Júri do Distrito Federal que o juiz Fábio Francisco
Esteves analisa processos criminais que circulam na capital do país. Ele
assumiu a magistratura em 2007 e faz questão de lembrar que a conquista do
cargo exigiu esforço, dedicação, suor e uma dose de oportunidade. Aos 39 anos, Esteves carrega as experiências que viveu
quando menino, no interior do Mato Grosso do Sul, onde nasceu. Homem preto e de
origem humilde, ele enfrentou condições adversas para estudar. Foi o pai,
analfabeto, quem pediu à prefeitura da cidade da zona rural para instalar uma
escola na região. O desejo era permitir que os três filhos tivessem acesso à
educação (veja foto abaixo).
O pedido foi atendido, mas a escola construída era
longe demais da casa da família – ficava a 23 quilômetros de distância. Para
não perder as aulas, aos 10 anos, Esteves passou a morar de favor no colégio.
Ele conta que dormia na sala de aula e era cuidado por duas professoras.Desde
então, o hoje juiz seguiu firme nos estudos e se tornou o primeiro da família a
acessar o ensino superior. Esteves se formou em 2003 na Universidade Estadual
do Mato Grosso do Sul (UEMS).
Sonho de juiz
Os outros dois filhos da família terminaram o
ensino médio. Na mesma época, no entanto, Esteves lembra que teve a certeza de
que queria seguir adiante. Desde menino, ele diz que sonhava em ser juiz. A
vontade de seguir a profissão veio de um manual de profissões. "Já entrei
[no curso de direito] me preparando para a magistratura. Era o que que queria,
não tentei a advocacia", revela.A inspiração, diz ele, também veio do
desejo de fazer a diferença na sociedade.