Ceará dispara nas venda de água de coco
A água de coco tem ganhado cada vez
mais espaço nas exportações de bebidas do Ceará. Segundo documento divulgado
pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), o produto passou de
US$ 1,3 milhão em valores exportados, de janeiro a setembro de 2017, para US$
25,6 milhões, em igual período deste ano, o que representa um crescimento de
1754,4%.
"Um novo setor aparece no que se
refere à exportação de bebidas com destaque para a água de coco que representa
quase 60% das bebidas que são exportadas pelo Ceará. Essa exportação ganhou
muita força após a introdução de novas tecnologias para a conservação e novas
embalagens para a própria água", comenta Karina Frota, gerente do Centro
Internacional de Negócios (CIN), da Fiec.
De acordo com ela, alguns fatores
explicam o crescimento das exportações do produto. "Foi feito um
investimento muito grande no que se refere à questão da tecnologia da própria
inovação que resultou no processo de que essa água estando conservada na
temperatura ambiente ela tem uma validade extremamente recomendada para a
exportação. Outro fator é que esse produto ganha muita força por conta dos
hábitos saudáveis e dos estilos de vida de muitas pessoas no mundo atual. A
água de coco tem um consumidor muito fiel".
O Ceará se consolida, dessa forma,
como o maior exportador de água de coco do País e o terceiro no segmento de
bebidas, ficando atrás apenas de São Paulo e Paraná. "As empresas de
bebidas estão ousando muito, realmente apostando nesse mercado internacional.
Elas têm uma preocupação maior com a promoção comercial dos seus produtos,
participam de feiras e eventos internacionais. Elas estão buscando uma
atualização tecnológica de suas máquinas e equipamentos. Todos esses fatores
contam como diferenciais competitivos para esse produtos que é exportado".
Países
No ranking dos maiores compradores de
bebidas do Ceará estão os Estados Unidos, Holanda, Canadá e França. Os EUA
lideram a tabela no acumulado de 2018, porém perdeu espaço para os Países
Baixos que de um ano para o outro cresceu 100%. "Houve um aumento expressivo
da Holanda. Nós temos a hipótese de que o País funciona como um hub, um
entreposto comercial. Os produtos entram na Holanda e de lá são distribuídos
para outros mercados".
Além disso, Karina cita a importância
do hub da Air France-KLM em Fortaleza para explicar esse crescimento.
"Quando nós falamos do hub aéreo sempre foi uma preocupação da Fiec que
esses aviões tivessem um local destinado e reservado para a carga justamente
pensando nesse incremento das exportações via modal aéreo. E esse modal facilita
muito a inserção desses produtos por causa da perecibilidade deles".
"Além disso, o exportador sabe
que existe uma demanda latente no mercado internacional. Os Estados Unidos são
o segundo maior consumidor de água de coco do mundo atrás do Brasil", explica.
O Ceará exportou para os EUA no acumulado deste ano US$ 28,1 milhões. Completam
a lista Holanda (US$ 5,9 milhões), Canadá (US$ 2,8 milhões) e França (US$ 2,3
milhões).
Desafios
Para Karina, os exportadores
cearenses e brasileiros ainda enfrentam diversos desafios. "Nós precisamos
ter modais eficientes com preços competitivos. Apesar dos resultados
expressivos, o nosso comércio exterior precisa ser facilitado, menos
burocrático, mais fluído", destaca.