Escola usa um só banheiro para os dois gêneros. Veja onde é!
O Ministério Público do Distrito
Federal abriu investigação sobre a adoção de um sistema de banheiros únicos –
sem distinção de gênero – em uma escola pública da capital. O colégio começou a
funcionar em maio, já com essa proposta, mas a iniciativa foi questionada por
famílias e pelo Conselho Tutelar da região. A Escola Classe Comunidade de
Aprendizagem do Paranoá tem 380 alunos, com idades entre 4 e 8 anos. Ao todo,
são nove banheiros de uso coletivo, mas separados por cabines individuais. O
Conselho Tutelar encaminhou a denúncia ao MP no fim de outubro, e não há prazo
para que uma decisão seja tomada. Segundo um dos conselheiros da
região, Manoel Magalhães, a medida tem o objetivo de "proteger as
crianças". "Vimos um risco iminente. Pelos
casos que atendemos, vemos alto risco de abusos sexuais", diz. "Não
podemos esperar que o abuso aconteça para tomar as providências". "A denúncia foi feita por uma questão de risco
e insegurança, não por discussão de gênero." o Ministério Público afirmou que a denúncia foi recebida em 31
de outubro e motivada pela família de um aluno, que criticava o modo como a
escola trabalhava as "questões de gênero". Em resposta ao pedido de investigação,
o Ministério Público pediu mais informações à direção da escola e, em seguida,
a adoção de providências "para preservar a intimidade e a privacidade das
crianças". O MP não informou se há prazo para o cumprimento da medida.
Projeto pedagógico
Questionada sobre a proposta de usar
banheiros únicos, a Coordenação Regional de Ensino do Paranoá informou que a
não diferenciação dos sanitários faz parte de um "projeto
pedagógico". A escola foi inaugurada em maio para suprir a falta de vagas
em outras unidades da região administrativa (veja
abaixo)
O coordenador regional, Isaac de
Castro, diz que o modelo foi discutido e aprovado por pais e mães de alunos.
"É uma proposta pedagógica que dá autonomia ao aluno e ensina a respeitar
a diferença e o espaço individualizado dos colegas". "Em
momento nenhum o aluno se encontra em situação de vulnerabilidade. O assunto é
tratado de forma tranquila entre os estudantes." Além disso, a regional informa que
não tem registro de incidentes envolvendo crianças e funcionários na escola.
O que diz o GDF
Em nota, a Secretaria de Educação
informa que não reconhece "ideologia de gênero" como teoria ou
conceito aplicável no campo dos estudos, e afirma que "inexistem projetos
em andamento sobre o tema". No comunicado, a pasta diz que está
elaborando documento elucidativo sobre o projeto político-pedagógico
diferenciado da escola e demais questões sobre o tema.
Trecho de documento enviado pela Secretaria de Educação do DF ao
Ministério Público — Foto: SEEDF/Reprodução
Escola no Paranoá
O que diz o GDF
Em nota, a Secretaria de Educação
informa que não reconhece "ideologia de gênero" como teoria ou
conceito aplicável no campo dos estudos, e afirma que "inexistem projetos
em andamento sobre o tema".
No comunicado, a pasta diz que está
elaborando documento elucidativo sobre o projeto político-pedagógico
diferenciado da escola e demais questões sobre o tema.
A Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá foi
inaugurada em 2 de maio deste ano, cinco meses após um menino de 8 anos
desmaiar de fome enquanto assistia à aula em uma outra escola, a 30 quilômetros
de casa. Antes da unidade, sem escolas
públicas suficientes para atender à população da região, cerca de 250 crianças
tinham que percorrer 30 quilômetros para assistir às aulas na Escola Classe 8
do Cruzeiro. A unidade adotou um método de ensino
diferente do que é aplicado em todas as escolas públicas da capital. A proposta
curricular é "transformar o aluno em protagonista". No local, os
estudantes não são agrupados por série, e nem por idade.
Fonte:
Veja mais notícias sobre a região
no G1 DF.