Estudos apontam fim da seca no nordeste pelos próximos 10 anos. Veja a matéria!
Os próximos dez anos (2020-2030)
apontam para um resfriamento dos oceanos, o que significa o fim do ciclo da
estiagem prolongada com a chegada de chuvas regulares no Nordeste brasileiro. A
tendência é que a temperatura da Terra diminua, com um ligeiro resfriamento de
aproximadamente 0,3 graus centígrados, uma vez que o sol está em baixa
atividade eletromagnética.
Desde dezembro de 2008, o sol entrou
nesse período de baixa atividade e passará assim, produzindo um pouco menos de
energia, até 2030. Esse fenômeno, chamado “mínimo solar”, ocorre a cada 100
anos e, para a Ciência, ainda é um mistério explicar o porquê de o astro ter
esse comportamento por século.
A novidade foi anunciada pelo PhD em
Meteorologia e professor da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Luiz Carlos
Molion, que esteve em Pernambuco, no município de Petrolina, no Sertão,
recentemente para divulgar seu estudo.
O pesquisador Molion explica que o
clima do planeta é controlado pela temperatura dos oceanos, responsáveis por
cobrir 71% da superfície da Terra. O Pacífico, particularmente, que ocupa 35%
da superfície da Terra, já dá sinais de que está esfriando. “E, se o sol é a
fonte principal de calor e seu campo magnético está em baixa atividade, a
tendência é o esfriamento dos oceanos. Quando esse campo (magnético)
enfraquece, temos mais formação de nuvens. Ou seja, mais chuvas e também menos
radiações porque os raios solares batem no topo das nuvens e retornam ao
espaço”, detalha o estudioso.
Essa inversão da polaridade solar,
acredita Molion, deverá ser finalmente explicada pela Ciência nos próximos anos
porque a Nasa lançou, em 2008, um satélite na órbita solar.
Que é um mistério ainda entender o
porquê de, a cada 100 anos, o astro entrar nessa atividade menos intensa, não
restam dúvidas. Mas, quem deve sofrer com esse fenômeno é o agricultor na
região sul do País.
No período de 1946 a 1975, o clima
frio afetou bastante os estados da região sul, principalmente o Paraná, onde
ocorreu um problema sério com o café, e a última grande geada nesse período
frio foi a de julho de 1975, que praticamente acabou com o café do oeste do
Paraná. No entanto, ressalta o professor, não é a chegada de uma nova era
glacial. É um resfriamento semelhante ao que ocorreu entre 1946 e 1975, quando
a temperatura média da terra baixou aproximadamente 0,3 graus centígrados.
“É certo que os invernos passarão a
ser mais frios e a temperatura vai persistir baixa durante meses em lugares que
estão fora da região tropical, porque, normalmente, essas regiões não recebem
tanta carga de radiação solar”, explica, dando como exemplo os Estados Unidos,
Canadá, Rússia, China, Argentina, Uruguai, Austrália, Nova Zelândia e o sul do
Brasil.
“Esse esfriamento do sol já está
dando sinais. No início de outubro mesmo, que deveria ser verão, as serras
catarineses registraram geadas”, complementa Luiz Carlos Molion. A reportagem
tentou contato com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Agência
Pernambucana de Águas e Clima (Apac), mas não obteve êxito.
Por: Folha de Pernambuco