Sindicalista rural é assassinado a tiros em Rio Maria
O
presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Rio Maria e
um dos diretores da Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), Carlos Cabral
Pereira, 58 anos, foi assassinado com três tiros, disparados por dois homens
que estavam em uma moto, por volta de 16h desta terça-feira (11).
O crime ocorreu próximo da casa do sindicalista, na
avenida Oeste, uma das principais avenidas do bairro Planalto, sede do
município de Rio Maria, no sul do Pará. O atirador estava na garupa do veículo.
Ainda ontem à noite, a Polícia Civil requisitou e o corpo foi conduzido para
Marabá para ser submetido à perícia criminal. Até então, ninguém foi preso.
De acordo com a Polícia Civil, em Belém, policiais
civis do Núcleo de Apoio à Investigação de Redenção (NAI), da Delegacia de
Conflitos Agrários de Redenção (DECA), da Superintendência Regional do Alto
Xingu e da Delegacia de Xinguara foram deslocados ao município para dar suporte
às investigações.
A vítima foi atingida na cabeça por quatro disparos de
arma de fogo realizados por dois homens, com capacetes, que chegaram em uma
moto, modelo biz, de cor preta. Carlos Cabral Pereira foi socorrido e levado,
ainda com vida, em uma ambulância, para o Hospital Municipal de Rio Maria, mas
não resistiu aos ferimentos e e morreu após dar entrada na unidade de saúde.
Cabral
teve sua vida inteira marcada pela luta em defesa dos trabalhadores rurais. Foi
presidente várias vezes do STTR e sofreu várias tentativas de assassinato. Ele
era ex-genro do também sindicalista João Canuto, morto na década de 80, num
crime característico de conflitos fundiários, que provocou comoção nacional. A
família Canuto perdeu outros integrantes em emboscadas, como Paulo, José e
Orlando Canuto, e virou um símbolo da luta pela reforma agrária e pela defesa e
promoção dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.
"Nós
vivemos em um estado marcado pela violência, sobretudo, na violência de
conflitos agrários aqui no estado do Pará. Infelizmente Rio Maria é marcada
como a terra da morte anunciada", comentou Cleber Rezende, presidente da
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB Pará.
Cleber
observou ainda que tem esperanças de ver o crime solucionado. "É um
momento muito triste, é uma perda. A CTB Pará se coloca à disposição dos
trabalhadores rurais em defesa da justiça, da paz e da segurança",
destacou ele. A Polícia segue investigando a morte mas até o fechamento desta
edição ninguém foi preso.