Após matar médica motorista finge ser ela no WhatsApp durante 2 meses para enganar família
A
Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, nesta semana, um homem de 32 anos
suspeito de matar uma médica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Segundo
a investigação, ele usou o WhatsApp de Gabriela Cunha, de 44 anos, por dois
meses – mandando mensagens para a família e se passando pela vítima. O crime
ocorreu em 24 de outubro do ano passado, quando o suspeito era motorista
particular de Gabriela. Na época, ela era diretora-geral do hospital. Detido
pela Divisão de Repressão a Sequestros, o homem confessou o crime. Nos dois
meses em que se passou por Gabriela, o motorista movimentou cerca de R$ 200 mil
da conta bancária da vítima. De acordo com o Portal da Transparência, ela
recebia salário mensal de R$ 17 mil. Chefe da inves~tigação, o delegado Leandro
Ritt afirma que, por causa da vida atribulada, Gabriela deu uma procuração de
plenos poderes ao motorista – permitindo que ele fizesse pagamentos e assinasse
documentos no nome da médica. A procuração foi desfeita por ela em outubro, mas
o homem guardou uma cópia autenticada do documento. Mensagens à família
Após
o crime, o homem – que não teve o nome divulgado – assumiu a posse do celular
de Gabriela e passou a se comunicar com a família da médica. As mensagens
diziam que ela "estava internada em uma clínica de repouso para tratar de
problemas pessoais, e retornaria no Natal".
Inicialmente,
o desaparecimento de Gabriela não despertou desconfiança da família porque ela
já tinha ficado internada, em anos anteriores, para tratar de depressão. "A
Gabriela tinha problemas pessoais, e ele inventou a história de que ela iria se
internar em uma clínica de repouso. Com isso, ele ludibriou a família e os
funcionários do hospital", explicou Ritt.
O crime
No
dia do assassinato, o homem chegou a levar a médica ao HRT. Por volta das 12h,
seguiu com ela até uma agência bancária de Sobradinho. No local, Gabriela fez
uma transferência bancária para o motorista. Quando estavam retornando para
Taguatinga, o motorista estacionou o veículo em uma parada de ônibus alegando
que tinha ouvido um barulho na roda. De acordo com a polícia, nesse momento, um
comparsa entrou no carro, simulou um assalto e determinou que todos seguissem
rumo a Brazlândia. Próximo a uma estrada de chão, o motorista teria parado o
automóvel e enforcado Gabriela. O corpo dela foi deixado no local. O suposto
comparsa não foi detido.
Boletim de
ocorrência
Em 27 de dezembro, a família decidiu registrar um boletim de ocorrência
informando o desparecimento de Gabriela. Os parentes da vítima começaram a
perceber erros de português nas mensagens enviadas e a desconfiar da situação,
já que o retorno após o Natal não tinha acontecido. O motorista foi preso na
última segunda-feira (28), no Itapoã, mas a Polícia Civil não detalhou como ele
foi encontrado. Após a detenção, o próprio suspeito levou os agentes ao local
onde estava a ossada da médica. Em nota, a Secretaria de Saúde manifestou
"profundo pesar pelo falecimento da servidora". Segundo a pasta, a
médica era especialista em cirurgia-geral e dirigiu o Hospital Regional de
Taguatinga entre 6 de março e 24 de outubro de 2018, quando desapareceu. "A
profissional, que era muito dedicada ao serviço, ingressou na Secretaria de
Saúde do Distrito Federal em 10 de janeiro de 2006 e, na maior parte da
carreira, atuou no Hospital Regional de Ceilândia", diz o texto.